Sábado, 18 de Dezembro de 1920Questão da escravatura039877
Uma sociedade antiesclavagista inglesa acusa Portugal, na Sociedade das Nações, de praticar escravatura em S. Tomé e Príncipe.
Esta denúncia seguia-se a muitas outras, sendo a mais conhecida a de William A. Cadbury, conhecido chocolateiro, que, depois de ter constatado in loco as condições dos trabalhadores de S. Tomé, abandona os seus planos para a ilha e, a partir de 1908, recusa-se a comprar cacau de S. Tomé, juntamente com outras firmas.
Cadbury publicou, aliás, em Londres o livro "Labour in Portuguese West Africa". A edição portuguesa, de 1910, tem como título: "Os serviçais de S. Tomé - Relatório de uma visita às ilhas de S. Tomé e Príncipe e a Angola, feita em 1908 para observar as condições da mão de obra empregada nas roças de cacau da África Portuguesa".
O assunto embaraçaria a República nos anos seguintes. A Anti-Slavery & Aborigenes Protection Society, associação filantrópica inglesa, vai intensificar a sua campanha na imprensa inglesa, secundada no Parlamento. Em Maio de 1912, o Rev. Harris publica uma artigo criticando duramente a situação, iniciando-se uma campanha junto da opinião pública e do governo inglês. O governo inglês não abrandaria a sua pressão sobre Lisboa, relativamente a esta questão, até ao início da Primeira Guerra Mundial. Depois do fim desta, a pressão continuaria, culminando no relatório Ross, no final da República.
ano:
1920 | tema:
Relações Internacionais/Questão Colonial