Sexta-feira, 13 de Novembro de 1903Morre o pintor Camille Pissarro034739



Morre, em Paris, o pintor francês Camille Pissarro, com 72 anos.
Nascido a 10 de Julho de 1830, em St. Thomas, nas Antilhas dinamarquesas, numa família de origem judaica. Jacob Camille Pissarro estudou num colégio interno perto de Paris e regressou, mais tarde, a St. Thomas, onde começou a sua vida activa como comerciante, tal como o seu pai. Algum tempo depois, a sua paixão pela pintura fê-lo mudar de vida.
Em 1852 conheceu o pintor dinamarquês F. Malbey com quem passou dois anos em Caracas, Venezuela.
No ano de 1855 estabeleceu-se em Paris, onde travou amizade com Paul Cézanne, Claude Monet, Charles-François Daubigny, entre outros pintores impressionistas.
Em 1859 foi admitido no "Salon", que o rejeitou em 1861 e 1863, altura em que Pissarro expõe no "Salon des Refusés". Entre 1864 e 1868 volta a expôr no "Salon", mas sem qualquer êxito junto do público.
No ano de 1869, Pissarro muda-se para Louveciennes, onde algumas das suas obras foram destruídas pelas tropas alemãs, durante a Guerra franco-prussiana de 1870-71. Durante esse tempo o pintor refugiou-se em Londres com a família. Pintou "La Route de Versailles à Louceviennes" em 1870.
Regressado a França (Pontoise), em 1873, Camille Pissarro foi recomendado por Daubigny a um comerciante de arte, que organizou diversas exposições da sua obra.
Com o objectivo de descobrir novas formas de expressão, Pissarro foi um dos primeiros impressionistas a recorrer à técnica da divisão das cores através da utilização de manchas de cor isoladas o seu quadro "The Garden of Les Mathurins at Pontoise" (1876) é um exemplo. Em 1877 pintou "Les toits rouges, coin du village, effet d'hiver".
Durante os anos 80 juntou-se a uma nova geração de impressionistas, os "neo-impressionistas", como Georges Seurat e Paul Signac, pintando em 1881 "Jeune fille à la baguette, paysanne assise".
A partir de 1885, militou nas correntes anarquistas, criticando severamente a sociedade burguesa francesa, deixando-nos "Turpitudes Sociales" (1889), um álbum de desenhos.
Nos anos 90 abandonou gradualmente o "neo-impressionismo", preferindo um estilo mais flexível que melhor lhe permitisse captar as sensações da natureza, ao mesmo tempo que explorou a alteração dos efeitos da luz, tentando também exprimir o dinamismo da cidade moderna, de que são exemplos os vários quadros que pintou com vistas de Paris ("Le Boulevard Montmartre, temps de pluie, après-midi", 1897), Dieppe, Le Havre e Rouen.
ano:
1903 | tema:
Cultura